13.5.07

Esta semana tomei o maior esporro do chefe. Em vez da habitual 1h30 que tenho para o almoço, acabei gastando duas horas. Acabei perdendo ligações, prazos, pautas.

É que eu estava no restaurante de todos os dias (um na frente da firma, que serve a refeição dividida em panelinhas. Uma graça), comendo, como sempre, sozinha. E lendo o Camilo Vannuchi. Uns policiais que trabalham no DP ali da rua chegaram e, também como lhes é costume, se sentaram na mesa ao lado. E começaram a discutir:

- Sabe o que deveria ser proibido?
- Mulher gorda de calça justa?, brincou o único deles que, se fosse mulher, só poderia usar roupas largas.
- Não. Quer dizer, isso também, mas...

A conversa que se seguiu não interessa. Até porque eu não consegui prestar atenção. Sabe quando a gente ouve uma coisa e fica se encarando no espelho, pensando o que certa afirmação tem a ver com a gente? Pois é. Não tinha espelho, mas essa era a minha situação. Eu estava com uma dessas calças de ginástica - fusô, legging, como você preferir. E uma blusa lilás bem viva - que se apagou quando meu rosto ficou vermelho.

Não tive coragem mostrar a minha calça justa pra eles. Tive que aguentar a maior conversa fiada de policial até que eles fossem embora. Só depois eu fui.

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